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Agonia

Foi se ausentando de si mesmo lentamente. Não entendia o que estava ocorrendo. Olhava-se e via que estava usando a roupa que lhe era constante nos últimos dias, um pijama, mas aquele outro, ele que estava sobre sua cama, também usava um pijama igual ao seu.

Como podia estar dividido em dois? Porque estavam chorando e falando em sepultamento? Que história era aquela? Quem ia ser sepultado? Como podia estar se vendo assim? Estava sonhando?

Nós estávamos ao seu lado, aguardando o momento oportuno para acolhê-lo em sua nova realidade e, naquele instante, nada podíamos fazer além de emanar eflúvios de serenidade.

Aproximou-se de sua filha e perguntou o que estava acontecendo. Como ela não respondeu, acreditou não ter sido ouvido e sentou ao lado do filho, que tentava acalmar a mãe que chorava desconsoladamente. Não foi sentido, nem visto, nem ouvido.

Afastou-se para onde estava antes e ao assim fazer, percebeu que seu corpo estava leve, sem peso. Como podia ser isto?

Neste momento, ampliamos as energias que lhe aportávamos e tentamos mostrar-lhe o que acontecia.

“Não se angustie, não tema, absorva apenas nossas vibrações, nós somos amigos que cuidam de quem passa pelo processo de desligamento da matéria.”

Que desligamento, que matéria, ele prontamente perguntou.

“A partir de agora não terás mais necessidade de uma roupagem física, que é o que vês sobre o leito, que usavas, o tempo que te era necessário para cumprir determinadas tarefas na matéria, expirou, assim como expirou a vida como a conhecias, então, fica calmo, deixa que cuidemos de ti e, também, dos que estão a lamentar teu afastamento”.

Ele pareceu um pouco atônito com nossas palavras, mas não demonstrou resistência às mesmas, ouvindo-nos com atenção, ainda que um tanto confuso.

“O processo de passagem à verdadeira vida, a do espírito, pode ser feito de modo tranquilo, assim como esperamos ocorra contigo, pois para isto estamos aqui, prontos a te apoiar, orientar e proteger para que medos infundados não se avolumem e perturbem esta vivência tão importante para teu espírito.”

“Encerras, agora, tua encarnação como Alfredo e passas a ser mais um integrante da realidade espiritual, onde teu processo de aprendizado continuará e serás, no devido tempo, encaminhado a um grupo de acordo com tuas condições de conhecimento e tarefas que precisarão continuar sendo cumpridas.”

Ele deixou-se ficar, envolto em uma branda vibração de paz e, aos poucos, foi sonolentizando-se e possibilitando que fizéssemos seu desligamento total da matéria.

Estamos a lhes narrar esta experiência para que entendam a importância, para nós, de toda colaboração que venham a nos dar, para que possamos cumprir a contento nossa tarefa.

Pela boa vontade em nos aceitar próximos, em procurar nos entender e ajudar receba nossa gratidão.

Angelino

Recebida pela Magali em 18/04/2012

Revisão: Clovis