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Palavras e silêncio

As palavras nem sempre são suficientes para externarem o que estão a sentir e, por tal razão, muitas vezes recorrem à linguagem do silêncio, que por si só, já é eloquente.

Ante uma situação que os comova quais seriam as expressões mais claras para dizer do que está ocorrendo?

Frente a uma visão de suprema beleza que a natureza lhes apresente, como poderão descrever o impacto da mesma?

No momento em que o afastamento se torna necessário o que dizer, se o apego atropela o sentir e sua manifestação?

Em qualquer experiência que os mobilizem ao extremo, não se preocupem em escolher as palavras mais oportunas, digam as que são básicas e que referem tão somente o sentir – amor, alegria, tristeza, abandono, solidão, medo, revolta, raiva.

Em ocasiões em que são desafiados em seus valores mais expressivos, ocorre de ficar “sem palavras” e, muitas vezes, isto é o melhor que lhes pode acontecer.

Não esqueçam, também, que variados são os modos de comunicação e que um olhar demonstra, em certas circunstâncias, mais do que qualquer expressão vocabular.

Abordamos este assunto, por termos presenciado as dificuldades, momentâneas, pelas quais muitos estão passando, por pretender dizer algo que é necessário, mas doloroso e que acaba por inibir ou prejudicar a comunicação.

Quando se sentirem impotentes e sem recurso oral para manifestar o que sentem, não se constranjam em silenciar, em não dizer algo que poderá não ser exatamente o que pretendiam.

Nos debates, em que as palavras possuem fundamental importância, mensurem-nas para que não ultrapassem a medida do que precisa ser dito.

Em uma discussão particular, não se deixem levar pelas atropeladas palavras que lhes ocorrem como meio de atingir o outro.

Com mais frequência a dificuldade em usar do meio mais usual de contatar o outro, ocorre em instantes de sentimentos negativos, pois para a positividade, sabem dizer com clareza e emoção o que querem.

Sugerimos, também, que dosem bem o falar e o calar, já que existem momentos em que o silêncio vale mais do que qualquer bela explanação.

Ante as lágrimas do outro, silenciem;

Ante o sofrimento que estão presenciando, silenciem;

Ante uma declaração inapropriada, silenciem;

Ante suas próprias dores, silenciem;

Ante a mágoa e a raiva, silenciem.

Apenas não silenciem frente às alegrias, os momentos de entrosamento total com a espiritualidade, o sucesso do outro, e ante o transbordamento de suas melhores vibrações.

Desejamos que nossas palavras sejam compreendidas, e mais do que isto, almejamos que nossas vibrações sejam sentidas na intensidade em que as estamos emanando, para que a nova contagem temporal lhes alcance o enriquecimento da caminhada.

Com palavras ou em silêncio, desejamos que sejam felizes!

Anabando

Recebida pela Magali em 05/01/2014

Revisão: Clovis