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Pessoas e médiuns

Antes de se considerarem médiuns, considerem-se pessoas, que ocupam um espaço físico, que têm desejos, vontades, anseios, que precisam atender o que a embalagem que os envolve solicita.

Abrir mão da matéria para disponibilizar-se como médium tão somente à espiritualidade não lhes dá garantias de êxito em seus processos evolutivos.

O sábio, o verdadeiro tarefeiro, está vinculado às exigências materiais e aos compromissos espirituais, não desvinculando uns dos outros.

Observamos, algumas vezes, tarefeiros que ao assumirem suas mediunidades, consideram que precisam abrir mão de suas vivências materiais e nisto reside um engano.

Para ter as melhores condições de ser um límpido e fiel canal comunicativo entre os planos, há que dar atenção ao seu pensar e sentir, pois quando seus pensamentos divagam insatisfeitos pelos rumos do não objetivado, não posto em prática, cria-se a confusão que facilita o contágio nas comunicações de toda ordem, recebidas da espiritualidade; por outro lado, ao desconsiderarem o que estão a sentir, querendo tão somente prestar-se aos bons sentimentos, ignoram os aspectos sombrios de suas emoções, fazendo de conta que raiva, ódio, agressividade e revolta não fazem parte de seus sentimentos.

Uma pessoa que se diz médium sabe de suas limitações, reconhece a negatividade que é capaz de emitir, entende que é responsável por seu agir e as consequências do mesmo e cuida para que, ao cumprir suas tarefas ligadas à espiritualidade, esteja em suas melhores condições, pois somente assim poderá exercer uma mediunidade produtiva e responsável.

Não esqueçam que são aprendizes no processo comunicativo e não podem, portanto, descuidar do aprendizado que precisa ser constante, além da prática do “orai e vigiai” que estão constantemente a expressar e não muito a praticar.

Quando seus corpos físicos apontarem cansaço, busquem repouso; quando a insatisfação afetiva os envolver, recolham-se em suas essencialidades e analisem, com delicadeza, como podem se sentir melhor dentro das experiências que estão vivendo; quando a mente se mostrar confusa e sentirem que se perderam em diferentes opções, afastem-se dos ruídos externos e internos e relaxem o pensar, conectando-se apenas com o que os rodeia, dando atenção ao que estão vivenciando.

Cuidando da pessoa que são, conseguirão ser os médiuns que se consideram e, certamente, serão os medianeiros que a espiritualidade necessita para aportar aos carenciados do caminho o suporte de que necessitam.

Já lhes foi dito que não existe distanciamento entre espiritual e material, pois tudo está em conexão permanente, portanto, tratem de fazer com que esta realidade seja a mais adequada, através de uma postura mediúnica embasada em constante atenção a ambas as realidades.

Uma não existe sem a outra.

Anabando

Recebida pela Magali em 18/11/2011

Revisão: Clovis