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Para praticar o amor e a caridade

Não há caminho que não possa ser percorrido quando o que os estimula é o amor e a caridade. Grandes são os desafios para os que pretendem movimentar-se, dentro de uma casa – como esta – que existe pela presença constante da espiritualidade, se não forem envolvidos pelo desejo autêntico de servir, de aliviar o fardo do companheiro de jornada, na qual todos estão agrupados para que se impulsionem mutuamente, para que estendam a mão um ao outro, quando necessário, sem questionamentos, julgamentos ou críticas.

Entender a necessidade de alguém e estar pronto ao auxílio deveria ser o mote propulsor das atitudes dos que se dizem praticantes da caridade.

A dor que é percebida, mas não é expressa; a lágrima que brilha nos olhos, mas não escorre pela face; o suspiro, profundo e dolorido que não vem acompanhado de palavras; a expressão entristecida, cuja face se inclina para que não seja notada; tudo sinais que o outro lhes dá e que na maioria das vezes não lhes desperta nenhuma impressão justificadora de um agir em benefício dele.

Há que desenvolver a sensibilidade, acurar o ouvir e o olhar para serem cada vez mais úteis e dignos de serem chamados aprendizes do Servir Amando.

Nem todos que estão em sofrimento conseguem expressá-lo, muitos por temerem a crítica, o julgamento ou, o que é pior, o riso irônico, como se sua dor fosse algo sem importância e – quem sabe – talvez o seja para o que é insensível ao seu próprio sentir, quanto mais ao do próximo.

As criaturas estão cada vez mais distanciadas umas das outras, vivendo suas pequenas realidades sem pensar em mais nada que não seja o prazer imediato, o sucesso sem esforço, e uma busca constante de movimentação exterior, incapacitadas que se fizeram em sentir o que vai na alma.

Para se tornarem praticantes verdadeiros do amor e da caridade é preciso que cresçam, evoluam, exercitem os sentimentos mais fraternos, deixem-se envolver pelas benesses que a espiritualidade lhes aporta, reduzam os ruídos externos, silenciem as solicitações de ter mais e mais, abracem a riqueza do silêncio interno e externo e descobrirão do quanto são capazes quando a tal agir se permitem.

Experimentem a quietude de coração e mente e quando houver silêncio dentro e fora, poderão conectar-se com suas essencialidades, com seus mentores e por eles apoiados desenvolverem o genuíno prazer, alcançarem o máximo sucesso e a inominável alegria de saber que podem fazer o bem a si e ao outro, de modo suave, responsável, delicado e fraterno. A partir de então, poderão considerar-se caminhantes que são movidos pelo amor e a caridade.

Isto é o que precisam. Nada mais.

 

Anabando

Recebida pela Magali em 22/09/2010

Revisão: Clovis