Legado
Em algum momento, cuja data vocês desconhecem, se tornarão saudades para seus afetos mais significativos e para aqueles a quem seu existir beneficiou.
Serão lembrados, ocasionalmente, como ora acontece comigo que tanto estive ao lado de muitos dos que na Casa ainda se encontram e outros que já deixaram a matéria.
Quero falar, hoje, não especificamente sobre a bagagem que trarão à espiritualidade, mas do que vão deixar como recordações e exemplos para os que encarnados permanecerão.
Não me refiro a grandes obras, a atos de coragem de conhecimento público, a gestos de grandeza imbuídos de vaidade e, sim, se ensinaram e demonstraram respeito pelo outro, sua visão de mundo, raça e religião; se doaram um pouco de seu tempo fazendo a caridade e exemplificando-a para os que o rodeavam; se mostraram como se escuta uma reprimenda, antes de tentar justificar-se e, se for merecida, aceitá-la com humildade.
Ensinaram e demonstraram as diversas maneiras de manifestar amor? Disseram como lidar com as emoções negativas?
Sei que é importante, ao voltar à espiritualidade, reconhecer enganos, buscar entender causas e consequências deste ou aquele agir, porém valioso também é o que ficará com os que só terão lembranças e nada mais.
Seu filho poderá dizer: – Meu pai viajava muito, mas quando estava com a gente “era joia”.
A mulher referirá para as amigas o quanto você era bondoso, gentil e prestativo para com todos.
Seus amigos, brincando, falarão: – Até pra morrer foi elegante – enfartou – e levou com ele àquela gravata vermelha que dizia lhe dava sorte. Vamos fazer um brinde a ele, foi um amigo de verdade, ajudou muitos de nós sem perguntas constrangedoras.
E, assim, sucessivamente.
Que você seja recordado, pelos que ficaram, com carinho, alegria e o exemplo de homem de bom caráter que deixou.
Nada melhor do que tais lembranças podem ser deixadas como herança.
Comecem, agora, a revisar suas atitudes pensando no que acabamos de expor.
Abraço
Nydia
Recebida pela Magali em 18/06/2015
Revisão: Clovis