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Façam o que seus corações mandarem

Quando passarem pelas ruas e virem um mendigo de mãos estendidas, pedindo um auxílio, não o ignorem.

Ao encontrar uma criança de roupas sujas, pés descalços, cabelos desgrenhados e uma expressão de tristeza, não a ignorem.

Qualquer que seja aquele que lhes atravessa o caminho, independente da aparência que tenha e o possível nojo que lhes cause, merece ser olhado e, se possível, socorrido para suas misérias do corpo, já que pelas da alma, em alguns momentos não há o que possa ser feito.

Quando estávamos na matéria, e vestíamos o hábito das Irmãs da Piedade tudo fazíamos para ajudar, especialmente, estes desabrigados da existência que, por sofrimento intenso, acabavam por esmolar nas vias públicas.

Chegamos a criar um lar de acolhida, onde recebíamos as crianças, muitas exploradas pelos pais, e que, mesmo assim, se rebelavam em permanecer conosco.

Precisávamos, muitas vezes, recorrer aos meios judiciais para que elas pudessem passar à nossa guarda, isto após as autoridades vistoriarem nosso lar e, posteriormente, fazerem visitas constantes e de surpresa, para ver se tudo estava como haviam visto e se as crianças se mostravam mais saudáveis e satisfeitas na nova realidade.

Com o passar do tempo, tivemos condições de criar um pequeno e simples albergue, num grande espaço coletivo, com catres separados por uma pequena banqueta e onde recebíamos os que viviam de mendicância.

Por estes, muito mais não tínhamos condições de fazer, pois nos focamos nas crianças que, além de serem muitas, exigiam de todas nós extrema dedicação.

Certamente que não estamos a sugerir que ajam como nós, até porque suas realidades são outras, entretanto, alertamos para o extremo sofrimento destes que vivem nas ruas, com seus sonhos abandonados, seus anseios insatisfeitos e uma grande amargura na alma.

Não virem o rosto e não façam expressam de nojo, não deixem de dar, pelo menos, um sorriso e uma palavra de atenção.

Lembrem que eles não têm nada, os adultos porque já desistiram de si mesmos e as crianças por já estarem acostumadas à realidade da carência, tanto de agasalho e proteção, quanto de carinho e amor.

Por outro lado, não julguem os pais dos pequenos, pois não sabem qual a história da cada um.

Façam apenas aquilo que seus corações mandarem.

Nós agradecemos por toda boa vontade que tiverem para com estes seus irmãos de caminho.

Irmã Letícia

Recebida pela Magali em 21/11/2013

Revisão: Clovis