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Os tambores da vida

Os tambores soavam num ritmo forte e constante, atraindo e afastando os que por seu ritmo se deixavam levar.

Em meio ao grande grupo que se deixava embalar por aquele som, ele se destacava pelo vigor dos movimentos, pelo brilho nos olhos e o movimento intenso dos braços, girando como se quisesse açambarcar o mundo.

Aos poucos os demais foram se afastando e deixando que ele executasse sua dança que não era frenética, mas vibrante.

Assistíamos tudo, pois sabíamos que aquele encontro ocorreria e que através dos sons pretendiam seus executores atrair os mais incautos e, também, seus semelhantes.

A figura que se destacava naquele instante não pertencia nem ao grupo dos incautos, nem tão pouco era semelhante aos tocadores, era alguém com conhecimento e sapiência bastantes para se deixar levar pelo momento, sabendo que não seria cooptado para o grupo que organizara o encontro.

Quando o som foi diminuindo de volume, ele foi reduzindo seus movimentos e quando os tambores cessaram seus tons totalmente, ele se deixou cair ao solo, inerte.

Os que estavam ao redor prontamente se dirigiram a ele buscando socorrê-lo, porém ao se aproximarem perceberam que ele respirava tranquilamente, que era como se estivesse dormindo.

Deixaram que ele ali ficasse.

Foi justamente neste momento que interferimos, pois ele estava entre nós. Nós o saudamos como um antigo parceiro de caminhada e nos dispusemos a lhe esclarecer dúvidas, dar sugestões e aportar-lhe energias reequilibradoras pelo esforço despendido.

Os tambores que facilitaram seu acesso até nós eram os tambores da vida, os sons que preenchem os espaços onde a mente humana não alcança, onde ninguém até então conseguira chegar.

Foi para nós motivo de muita alegria, entender que existia um Ser ocupante de um corpo físico capaz de, usando de recursos que tinham tudo para ser negativos, pela finalidade da ação, que conseguira sobrepor-se e chegar até nós, confirmando nossa proposta de que não havia má intenção que pudesse superar o amor, o respeito e o verdadeiro anseio de evolução.

Tão pronto ele se fez lúcido, entre nós, ainda que um pouco assustado tivemos condições de lhe dar as respostas que ansiava e que em muitos momentos de conexão com a espiritualidade havia pedido, porém considerando ser esta uma experiência primeira para ele, não o detivemos além do tempo necessário para que seu retorno não ficasse prejudicado.

Enquanto ele esteve entre nós, breves momentos, os que o observavam pediram que os tambores voltassem a soar, pois assim, quem sabe, ele acordaria daquele sono tão diferente.

Deste modo ao acordar e ser questionado quanto ao que havia acontecido ele simplesmente respondeu que adormecera e, inclusive, sonhara. Já tinha suas respostas.

Quando os tambores soam são sempre os da vida, ainda que muitas vezes com intuitos pouco positivos, portanto, aprendam a diferenciar o que lhes eleva e o que os enfraquece.

Aprendam com a experiência que lhes narramos e fiquem com os sons mais vibrantes do amor, da alegria e da paz.

Os ciganos de Thor

Recebida pela Magali em 07/06/2011

Revisão: Clovis