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Baú interior

Aproximamo-nos, nesta oportunidade, não para te convidar a um passeio pelos jardins celestiais, ou para dançar, ou, ainda, para entregar-te um cesto de flores, não, nosso propósito é outro.

Temos um convite, sim, mas é para percorrermos as trilhas de teu baú interior, onde se encontram as mais significativas recordações que, quando acessadas, te levarão a considerar o quanto tens de positividade o que pode tornar dispensável, em algumas situações, te chamarmos a passear por outro espaço.

Observa a boneca, com os cabelos embaraçados e um braço meio deslocado lembras quantas vezes ela foi “tua filha” ou “tua mãe”?

Do mesmo modo como te posicionaste em muitos momentos de tua vida, como filha ou mãe, descuidando, às vezes de teu lado mulher?

E a vez em que resolveste lhe dar banho, pois afinal ela estava suja e, assim como tu, deveria tomar um bom banho, lavando, inclusive, os cabelos?

O que aconteceu, recordas?

Ela murchou, ficou pesada, não conseguias desembaraçar seu cabelo e seus olhos pareciam maiores que o rosto.

Assim, também, mesmo sendo criança, houve instantes, apenas instantes, em que tudo te parecia embaraçado.

E depois, quando já adolescente, largaste a boneca de lado e passaste a te interessar pelas mudanças em teu corpo e no cuidado com os cabelos?

Cada momento vivido deixou muito mais alegrias do que tristezas ou mágoas e, por tal motivo tens tantos aconchegos internos.

Vês? Está tudo aí, junto com o que mais quiseres notar, tocar, sentir.

Tudo que está em teu interno foi guardado pelo valor que teve em dado momento de teu existir, portanto, reconhece o quanto é valioso.

Para ti, hoje, homem feito, cenho franzido, cheio de preocupações, que tal mergulharmos em teu baú?

Sim, esta bola que pegaste, murcha e cheia de manchas, que esfregas como se fosse, no agora, possível limpá-las é a que ganhaste, em um aniversário e que te acompanhou enquanto tiveste interesse em com ela jogar.

Recordas quantas situações chutaste com a mesma energia como o fazias na bola?

Na vez em que, descuidado, acertaste uma bolada no rosto de teu colega de time e todos vieram para cima de ti? Qual foi tua decisão? Correr, correr e correr, pois não havia outra saída.

Só voltavas para junto deles no próximo jogo e, mesmo assim, temeroso do que poderia acontecer, mas como crianças que eram, te recebiam naturalmente.

Assim, também ocorreu em tua vida, quando fizeste algum mal feito, te ausentaste até encontrar uma solução para o acontecido.

E esta foto, amarelada, que seguras com ar nostálgico, onde um jovem adolescente de cabelos compridos e olhar desafiador, segura um cigarro entre os dedos?

Sorris, que bom. Não esquece que este aí és tu e, em alguns aspectos, continuas a ser.

Assim como estás fazendo contato com teu íntimo, acompanhado por nós, podes fazê-lo, sempre que assim desejares, pois são tuas as lembranças.

Veja como, no âmago de seu Ser, existe um grande baú, repleto de simbólicos objetos significadores de muitas alegrias vividas, momentos inesquecíveis compartilhados junto a familiares e amigos, podendo se for necessário, preencher os espaços de tristeza, e desânimo, que sinta.

Viu, não precisamos ir longe e, desta vez, nem trazer flores, pois elas estão no seu interior, representadas pelas pequenas ou grandes recordações que cada um possui.

Deixamos com você, nossa gratidão por ter nos permitido contatar com suas preciosas lembranças, e infinitas vibrações de amor, alegria e paz.

Anabando

Recebida pela Magali em 25/04/2015

Revisão: Clovis